Xosefa María Baamonde Traveso (1943), minha mai, e María Gloria Baamonde Traveso (1945), minha tia, foram alunas do professor Ricardo Carvalho Calero no Colégio Fingoi durante vários cursos do bacharelato. Mas, a história começa antes... Como é que chegaram duas pícaras nascidas no pequeno lugar de Cedofeita (Ribadeo) a serem alunas dum colégio privado de Lugo?
O respeitável empresário Dom Antonio Fernández López fundara um Colégio com uma educação única, moderna e avançada na sua época, mas em certo modo elitista, já que nem todo o mundo se podia permitir uma estadia meio-pensionada em Lugo e pagar o Fingoi, e ainda menos duas pícaras duma aldeia escondida no interior da marinha lucense, afundida atrás do enorme Mondigo.
Tal é assim, que em certa maneira, as duas nenas chegaram a ser no início um algo discriminadas no Colégio polos outros pícaros, quase todos de Lugo. Às vezes, burla-vam-se um pouco delas por pailás, com a crueldade característica dos nenos... As irmãs mesturavam galego com castelhano numa espécie de “castrapo”. Xosefina e Gloria não se podiam permitir roupas tão à moda coma os outros. “Devecíamos por termos saias plisadas” (Gloria). “O uniforme do Fingoi, aqueles odiados mandís a quadrinhos que devíamos traguer da casa, faziam-nos esquecer as modas e equiparar-nos aos mais” (Xosefina). Em certa maneira, o Fingoi foi o Colégio que a enorme filantropia e amor de Dom António fundou, com o propósito da educação que queria para os seus próprios (e numerosos) filhos e sobrinhos, à que se somaram nenos de famílias da classe meia-alta de Lugo que o podiam pagar, e alguns outros becados.
Xosefina Baamonde
Agora bem, a educação deste Colégio igualou-nos a todos à par também. E aqui é onde Xosefina e Gloria se distinguiram. Dom Ricardo Carvalho Calero, punha-as sempre como exemplo vivo de pronuncia perfeita das vogais fechadas e abertas do galego, o que dalguma maneira as enchia de satisfação.
As pícaras eram filhas do casal formado por Felix Anselmo Baamonde Paredes (1913-1996) e Jesusa Traveso Maseda (1906-1982). ”Dom Anselmo” era um mestre represaliado e truitero, amante da natureza e das atividades hortícolas....
“Anselmo é o único que veu aqui pescar ao Eo con traxe, igual que Franco”, diziam pola contorna do rio arraiano...
Só que para Franco coutavam o rio, e Dom Anselmo ia de furtivo polas partes ceivas. As casualidades da vida, fizeram com que o mesmo “gancheiro” que ajudava a Franco a tirar os salmós do rio, Dom Jesús Calaín (uma boa pessoa) fosse gancheiro também de Dom Anselmo e já de velhos, travassem uma profunda amizade.
Gloria Baamonde Traveso e Xosefina Baamonde Traveso. Foto Quintero, Lugo.
Anselmo deixou manuscritas umas belíssimas memórias, em galego, dumas qua-trocentas páginas onde perpassa a vida na marinha lucense (Cedofeita, Ribadeo, Lourençã, Valadouro, Mondonhedo, Cospeito...) desde “o Gripe” do 1918 até a chegada da Democracia:
“No fondo dos vasos do chinero quedaba un bo reloxio de ouro; unha cadea, igual; unhos Amadeos en prata; e unhos billetes do Banco de España metidos entre as follas dun libro de Novenas... Con nada deron. Quedaron repartidos entre os fillos, anos des-pois. Anoitecía. Collemos prá estrada de Cedofeita. Alí tiñan un coche con ampras bandeiras ondeando nos faros, de por diante.
- Veña, dixo un, subi-lo ao auto. Vou virar pra ir por Cubelas. Nas voltas do “Gerente” di-me se quero Confesión. “Penso que nada mau teño feito”.
- Estes todos morren así ¡Mala centella os coma!
Pasamos Cubelas, deixamos atrás a Capela, collemos o Empalme de Vilela. Coroa-mos a Casa da Edra, baixando xa, ao Pontigo do Rio Pequeno.
Silencio, e o “FORD” a mau dereita, apagado e cos homes dentro.
- “Bueno, chico, vas a morir” ¿Como desexas, de frente ou de cu?
- De cara.
- Camiña desde esta á outra cuneta.
Nada dixen, nada falei. Cavilei, mentres atravesaba, xa non tiran!
Volveu o muito silencio, pra diciren: “Eu coñecín a túa mai. ¡Perdono-che a vida!”
- Todo llo podes agradecer, aqui, ao meu amigo Folgueira. Este que vai ao lado meu, aqui. Subi-lo, outra vez, ao coche!
Así foi, así arrancaron comigo, camiño de Ribadeo. En Ribadeo, non se detuveron prá nada. As banderolas ían-se abanicando colgadas ao pé dos faros, a todo gas”.
Finalmente, Dom Anselmo foi preso em Lugo acusado de “rebelión”. Sai do cárcere, após uma estadia de pouco mais de três meses, e no ano 1945 consegue aprovar as oposições a mestre de escola primaria. “És mais pobre que um mestre de aldeia”, dizia-lhe um parente indiano com retranca. Assenta vida em Cedofeita, onde casa com Susa e tem três filhos: Xosefina, Gloria e Pepe.
A todos os três tentou dar-lhes educação. Pepe, o menor, decide abandonar os estudos e permanecer na casa de Cedofeita. Gloria e Xosefina porém, começam por educar-se com o pai, nas escolas de Abres e Balboa; e na biblioteca do “Velho Pan-cho” de Ribadeo, e a examinarem-se por livre dos primeiros cursos do bacharelato no Instituto Feminino de Lugo...
Entretanto, Dom Anselmo, como mestre e como especialista em atividades hortícolas e cuidado de árvores frutais, é invitado a impartir conferências-práticas a outros mestres em diferentes juntanças agropecuárias. Ali ensina-lhes a prantar, a enxertar... e aprende também dos outros. Eram os chamados “Cursos de formación para maestros rurales”, celebrados na granja-escola de Barreiros (Sarria), dirigida por Avelino Pousa Antelo e financiada pola filantropia outra vez de Dom Antonio Fernández López. A granja (1948) era o germe, a ucha, a despensa do Colégio Fingoi de Lugo (1950). Ao Fingoi chegavam os porcos, os jamós curados no gélido frio do interior de Lugo, ou as maçás “tabardillas” dos frutais. Em Barreiros, Anselmo trava amizade com outros mestres como Avelino Pousa Antelo e Vicente Devesa, que exercia de mestre de primária no Fingoi.
Este último, amostra-lhe a Dom Anselmo o Colégio e foi provavelmente quem o convence de levar as filhas aló. Primeiro a Xosefina, a maior (ante a preocupação de Dom Anselmo que via que a pícara começava a vaguear, no primeiro andar da escola de Balboa, onde estudava “por livre” os primeiros anos do bacharelato), e dous cursos mais tarde a Gloria, a pequena.
Dom Anselmo ensinando a podar a outros mestres, na Granja-Escola de Barreiros, dirigida por Avelino Pousa Antelo.
Vou-me centrar sobretudo nas testemunhas de minha mai, já que a minha tia dá a sua própria visão num fermoso escrito para esta mesma publicação.
Xosefina examina-se de quatro cursos por livre, no Instituto Feminino de Lugo, com umas qualificações não demasiado brilhantes. Tinha dificuldades em “Formación del Espíritu Nacional”, “Hogar” e “Gimnasia”. Entra no Fingoi no curso 1958/1959 e, ainda tendo o quarto curso aprovado, recomendam-lhe no Colégio repetir para subir o nível. Assim, este curso não figura no livro de bacharelato como tal, mas a partir daí o seu expediente acadêmico sobe exponencialmente.
Realiza no Fingoi 4º (1958/1959), 5º (1959/1960) e 6º (1960/1961). Há normas, mas tam-bém um espírito de tolerância “rara avis” naqueles anos. O colégio constava de dous andares en U e um grande patio aberto. Ao fundo, uma horta e árvores frutais com os nomes em galego, castelhano e latim.
O Colégio era misto. O processo de aprendizagem abarcava-o tudo. Tínhamos que aprender a comprar no mercado... provavamos e escolhíamos os queijos, por exem-plo... algumas vezes mesmo acompanhadas no bus por Dom António Fernández. Havia aulas de cozinha para homens e mulheres. Um dia à semana, elaborava-se um prato nas aulas de Pititi, e tínhamos o direito a fazer uma sobremesa especial, que depois partilhávamos na comida alunos e professores. Dom Ricardo e algum outro professor comiam também no Colégio... As refeições estavam pensadas de maneira nutricional, mediam-se as calorias e traguiam-se alguns produtos da granja de Barreiros.
No comedor alguém recitava o menú, e punham-nos os guardanapos nas axilas para comer com a postura adequada. Os nenos de párvulos, aprendiam a mastigar. Eu provava pola primeira vezo melão no Colégio Fingoi e outras cousas que me nau-seavam. Ao início davam-me reparo e regalava-lhas as companheiras. Pouco a pouco, abriu-se um novo mundo de sabores para mim. Os alunos, ajudavam a pôr e recolher as mesas. Cada um traguia da casa os seus próprios talheres e copo.
No único momento em que o Colégio não era misto era na comida, onde pícaros e pícaras sentávamo-nos separadamente. Três comidas diárias: pola manhã meio “bocata”, depois a comida, e pola tarde uma merenda. E após cada comida havia que escovar os dentes.
Pequeno-almoço no comedor do Fingoi com Ana “da Primavera”, María Victoria Carvalho Calero (“Chan”) e Xosefina Baamonde.
No patio faziam-se atividades ginásticas, aulas de baile ou de gaita... Nos recreios, muitos patinavam. Xosefina ficou sem patins porque Anselmo non lhos comprou, assim que lhe tocava saltar “à comba”. Quando o sol apertava, era norma obrigada levar a cabeça coberta com um pano. De súbito, ouviu-se a voz profunda de Don Ricardo:
- Alto, alto, altooooo!
E Xosefina dizia-lhe às companheiras resmungando: Coppi, Coppi, Coppi! Vos fazei como que não ouvides!
- Baamonde, por quê é que não tem a cabeça protegida com o pano do sol?
- Aiii olvidei-no na casa, Dom Ricardo!
- Castigada dous dias para a casa… comunicou Dom Ricardo implacável.
Enquanto que Xosefina dirigia-se no bus para a casa, Dom Ricardo, que gastava boina, desde a distância acenava-lhe com o dedo na boina, para indicar-lhe que não esquece-se traguer o pano ao próximo dia.
Meio-pensionada na pensão de Dona Ermínia no tempo não letivo, meio sábado e o domingo inteiro; a pícara não comunicou a sua expulsão temporal à família. Gloria ademais, trouxe uma carta para o padrinho onde se comunicava a infração da nena e pedia-se firma manuscrita:
- Agora si que a arma-che! Traio-che uma carta para o teu padrin!
- Eu não sou mais velha ca ti? Quem é a tua autoridade mais imediata?
Gloria acatou ordem, e a mesma Xosefina leu o informe e assinou o “recibí” e “aqui paz, e depois gloria”. Quando se reincorpou outra vez ao Colégio, Xosefina pede-lhe à sua amiga Teresa Arias “Teleta” que lhe empreste uma boina “de requeté”. Regressa ao recreio, e volta a saltar à comba, desta vez sem pano mas com boina:
- Alto, Alto, altooooo! -apareceu Dom Ricardo. Vostede como é que me vem com este “atuendo”?
- Dom Ricardo, porque como vostede me acenava assim com a sua boina, eu deduzim que tinha que traguer uma boina para proteger-me do sol!
- Pois o próximo dia traga o pano como todo o mundo!
A paciência e tolerância de Dom Ricardo eram grandes, mas também o eram a educação no esforço e o trabalho disciplinado nas aulas, que inculcava aos seus alu-nos; sem nunca esquecer um fino e inteligente sentido do humor.
Aulas de língua e literatura impartidas por ele mesmo. Aí revisitavam-se desde o Ulises clássico ao Ulises de Joyce, em espiral inovadora; sem esquecer a lírica medie-val galego-portuguesa. “Eu sabia lêr prosa, mas eu apredim a lêr poesia com Dom Ricardo. Dizia-nos por exemplo: -esta cantiga deve-se recitar assim, como o ritmo de moinheira, e batia com os cotenos na mesa...”tou-po-rrou-tou”... ao final do verso deve-se fazer uma ligeira pausa, que destaque a rima. Punha-nos como tarefa às vezes memorizar uma cantiga de amor ou de amigo...“. Estimulava-se a leitura. Às vezes, impartia as aulas ao ar livre.
Dom Ricardo fazia ademais um grande labor teatral, levado à prática com a repre-sentação de obrinhas polos próprios alunos: Desde Plauto ao “Círculo de giz circasiano”, de Bertolt Brecht ou “A farsa das zocas”, da sua autoria. As representações costuma-vam-se realizar antes do Natal e no fim-de-curso, com as visitas dos familiares.
Xosefina Baamonde, de narradora na “Farsa das Zocas”.
Havia um labor de estimulação criativa, através da publicação de contos dos seus alunos na revista Vida Gallega. Em 1960 minha mai e minha tia publicam, em galego, os contos “Por pouco me quedo sen cartos” (Julho) e “Xente nova e leña verde todo é fume” (Setembro-Outubro). Gloria, ademais, consegue um segundo prémio no certame literario dos jogos florais do Colégio Minerva em Santiago, representando ao Colegio Fingoi, onde um Dom Ricardo exultante apresenta-lhe a Álvaro Cunqueiro. Quando volta ao Colégio, Dom Antonio Fernández López dize-lhe a Gloria que se sente mui orgulhoso; o que a ela lhe causa uma fonda impressão e agradecimento: “A auc-toritas ou se tem ou não se tem, não se ganha; e Dom António tinha-a” (Gloria).
Dom António os financiava, e Dom Ricardo os dirigia, mas havia outros mestres: intelectuais boémios qualificados acuvilhados no Fingoi, muitos deles represaliados polo franquismo anteriormente: Dom Angel de debuxo, “a Teixeiro” de história, Chicha que dava em párvulos, Alicia de latim e grego, Pitita de cozinha, alguma professora de francês nativa; e Gloria depois recebeu aulas de francês de Xosé Luís Méndez Ferrín, de inglês de Bernardino Graña... Até o “choffeur” do Colégio fora um represaliado...
Havia aulas de gimnástica, de música, de cozinha, de conduzir e de matérias comuns... Do aspeto avançado do Fingoi, dá boa conta alguma anedota. Não havia que ir a misa. Porém, nesses tempos não se podia obviar a religião, e ao pé do Colégio existia uma capela, onde às vezes se celebravam certas oferendas ou atos de carácter religioso, e se rezavam jaculatórias; como no mês de Maio, o mês das flores. Aí os alunos podiam levantar a mau, e formular livremente uma petição. Ante a olhada estupefacta dos assistentes, Gloria pediu o seguinte: “Eu quisera rezar um padre-nosso e três ave-marias, polas muitas injustiças que se cometem neste Colégio”.
Menção especial merecem as excursões, curtas e longas. Estas eram financiadas a praços nas mesmas mensalidades e tinham um carácter cultural. As curtas faziam-se com certa periodicidade por Galiza adiante aos domingos, e as longas uma vez ao ano por diferentes lugares fóra ou dentro de Galiza.
Quando chegava o bom tempo, em primavera ou outono, aos domingos e acompan-hados por algum professor (às vezes polo próprio Carvalho) visitavam diferentes lugares de Galiza. “No colégio, preparavam-nos uns “bocatas” e fruta para comer. Vimos com os nossos olhos de nenos Portomarim antes de ser assulagado, o Courel, Sarria, Monforte, Santa Eulalia de Bóveda, Vilar de Donas e o Castelo de Pambre, Ferrol...”. Os despraça-mentos eram normalmente no bus do Colégio e às vezes de taxi, dado o reduzido número de alunos das turmas.
A excursão de fim-de-curso era obrigatória, Xosefina Baamonde realizou várias: Uma ao longo da costa cantábrica: “Viajamos a Santander, Santillana del Mar, tivemos uma visita às covas de Altamira que ainda estavam virgens e apenas protegidas por uma can-cela. Ali, tumbados e olhando para riba observamos maravilhados as pinturas e gravuras de “Alta-Mira”. Produziu-me uma grande emoção. Devia eu ter 14 anos [...] Em Bilbao visitamos os altos fornos. Prová-vamos também a comida típica de cada lugar. Eu provei pola primeira vez as angulas em Bilbao, e recordo abrir a boca polo picante da guindilha durante toda a tarde...”.
Nas excursões curtas e longas cada aluno tinha que fazer, de maneira obri-gada, um diário das cousas que visitávamos e víamos, diário que havia que entregar ao final da viaje. Outra foi por Zaragoza, Barcelona, Montserrat...
Outra por Ibiza, Valencia... Outra por Madrid, o Escorial e Toledo, onde visita-mos os grandes museus... Outra com Dom Ricardo, foi pola Semana Santa de Zamora, Salamanca, Estremadura, pas-sando por Cáceres e o teatro romano de Mérida, até baixar a Sevilha... Em Sevilha, escapavamos-lhe a Carvalho pola noite para ouvir as saetas. A tolerância era abonda e a aprendizagem continua, feliz.
Em Santillana del Mar, 23/6/59. Mari Carmen González, Josefina Franco, Teleta, Xosefina Baamonde, Ana Fernández, Dom Ricardo, Mari Loli Fernández, Ana “da Primavera” e Juan Carlos Teijeiro.
Às vezes Don Ricardo deixava-nos o nosso próprio espaço, ir de compras... mentres nos esperava num café. Dom Ricardo e o Fingoi abriram as nossas mentes miúdas ao mundo...
Trás cursar sexto de Bacharelato, no curso 1960/61, Xosefina abandona o Fingoi e prepara o exame de grao pre-universitário, que a levará a Santiago a estudar Geografia e História e a meter-se nas folgas universitárias do 1968 compostelã, mas essa é outra história... A sua irmã Gloria, ainda há-de continuar em Lugo durante três cursos mais no Fingoi, e depois juntar-se-ão novamente em Compostela, para continuarem juntas os seus estudos universitários.
“A experiência do Colégio Fingoi foi fundamental na minha vida, na minha cons-trução como pessoa. Não creio que as mensalidades chegassem para pagar tal excelência educativa, intuo que a filantropia de Dom António aportava o dinheiro que faltava. Graças a meu pai Dom Anselmo, a Dom António, a Dom Ricardo e aos outros professores do Fingoi, bons e generosos; devo a minha educação e o ter chegado a ser quem som”.
Recordo escolar. Teleta (Teresa Arias Froilán), Fina, Maricarme González, Marianela, Carvalho, Juan Carlos Teijeiro